Foto via EPICENTER XL

O que está fazendo a paiN Gaming crescer no Dota 2 ?

Jogadores e especialistas do cenário comentam o desempenho recente da equipe brasileira no Dota Pro Circuit.

A paiN Gaming conseguiu um terceiro lugar histórico no Major ESL One Birminghan de Dota 2 no último domingo. O feito veio semanas depois de a equipe ter conseguido a vaga inédita para o mata-mata do Major EPICENTER XL. Os brasileiros, que no passado derrotaram apenas poucas equipes internacionais que estavam em baixa, já colocaram os gigantes Team Liquid, Na’Vi, Newbee e Fnatic na sua lista de vítimas recentes.

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William “hFn” Medeiros, Otávio “Tavo” Gabriel, Danylo “Kingrd” Nascimento e Heitor “Duster” Pereira são os alicerces da paiN Gaming desde o início da temporada 2017-18 do Dota Pro Circuit .

Vários jogadores solo meio já passaram na paiN Gaming para ocupar a posição de quinto jogador desde então. Leonardo “Mandy” Viana fez parte do elenco inicial, mas saiu da posição para ser substituído primeiro por Gabriel “Rayuur” Pinheiro, depois por Danilo “Arms” Silva e enfim pelo romeno Aliwi “w33” Omar. Ele foi vice-campeão do The International 6 pela Digital Chaos e começou na na paiN Gaming como substituto temporário.

W33 foi contratado oficialmente pela paiN Gaming em 4 de abril de 2018. Ele já havia representado a organização na Galaxy Battles II: Emerging Worlds e no The Bucharest Major em 2018 antes de se tornar um jogador titular. W33 estava na paiN Gaming quando a equipe atingiu os marcos na EPICENTER XL e ESL One Birmingham.

O offlaner Rodrigo Lelis “Liposa” Santos, da SG e-Sports, uma das equipes rivais da paiN Gaming, diz que a entrada de w33 foi uma peça-chave na evolução da equipe. “O w33 é um cara que joga de muitos heróis diferentes e é bem competente tanto no meio quanto nas sidelanes”, Liposa disse ao Dot Esports Brasil. “Isso ajuda bastante [a paiN]. Geralmente a escolha que muda é a [do w33]”. O jogador acredita que só um período de adaptação ao estilo do romeno e de aprimoramento de gameplay da equipe como um todo levaram a paiN aos resultados recentes.

Rayuur, que literalmente já esteve na mesma posição de w33, acredita que a paiN Gaming viu que precisaria mudar seu antigo estilo de jogo com o romeno na equipe. “Antes, e quando passei por lá, se jogava muito em volta do HFN e do Tavo, deixando o meio ser sacrificado, muitas vezes massacrado,” Rayuur disse ao Dot Esports Brasil. “Quando o w33 entrou, eles continuaram tentando fazer esse estilo de jogo, o que funcionou em algumas ocasiões e na maioria das outras não.”

Rayuur acredita que o estilo atual da equipe, com o jogo centrado em HFN e w33, funciona bem pelos dois serem jogadores habilidosos. “Eles conseguem recuperar o jogo e têm boas tomadas de decisões, o que faz o time ter um bom encaminhamento”.

O ex-meio da paiN também disse que a determinação de todos os integrantes foi essencial, em especial ao longo dos anos em que os jogadores brasileiros de Dota 2 ficavam “mendigando por organizações, equipamentos e oportunidades” para se destacar. “Os meninos estão conseguindo viver daquilo que sempre sonharam, e isso é um dos motivos [do sucesso].”

Hugo “Aedrons” Carvalho, narrador brasileiro de Dota 2 há cinco anos e em atividade na ESL e na Beyond the Summit Brasil, reconhece que o investimento de longo prazo feito na paiN Gaming foi efetivo. Ele diz que w33 se encaixa perfeitamente na equipe, mas que é difícil crescer só no Brasil. “Eles foram para a Polônia em um bootcamp que, na minha opinião, foi essencial para o desempenho positivo na ESL One Birmingham,” Aedrons disse ao Dot Esports Brasil.

Aedrons destaca que as cenas chinesa e europeia são as melhores para equipes que buscam crescer no Dota 2. O desempenho da paiN, para Aedrons, é reflexo de terem tido mais contato com esses cenários. “O sistema aberto da Valve possibilita que times de regiões menores possam evoluir, justamente pela demanda gigante de torneios no Dota Pro Circuit”, diz Aedrons. O narrador ainda diz que jogadores latino-americanos só precisavam de uma oportunidade de competir no exterior para brilhar, e que isso tornará a competitividade regional ainda maior para a paiN Gaming no futuro.

O analista, narrador e YouTuber brasileiro de Dota 2, Gustavo “D2BOWIE” Mattos, que faz vídeos focados nas partidas profissionais, acha difícil colocar a paiN em um patamar muito alto no momento. “Dota é um jogo que envolve muito ego e existe sim a chance de muitos times terem perdido por não conhecer a paiN e por talvez subestima-los”, BOWIE disse ao Dot Esports Brasil.

Mesmo assim, BOWIE se diz otimista com o futuro da paiN Gaming e acredita que a equipe pode evoluir ainda mais se continuar com o ritmo de treinos e aproveitar novas oportunidades de treinar no exterior. “Essas oportunidades e experiência internacional foram dando os meios para a paiN se desenvolver e em tão pouco tempo chegarem nesse alto nivel,” BOWIE disse.

A paiN Gaming conseguiu acumular uma boa quantidade de Dota Pro Circuit Points com seus resultados recentes, mas como w33 não fazia parte da equipe antes de a janela de transferências ser fechada, os brasileiros não poderão usar esses pontos. A paiN precisará disputar as qualificatórias abertas da América do Sul para conseguir uma vaga no mundial, onde seu bom desempenho passará pelo teste final da temporada.

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Author
Bhernardo Viana
Guides writer and strategist working in the gaming industry for over 9 years, with works published on Destructoid, Prima Games, ESPN, and more. A fan of Pokémon since I was 6 and an avid Steam Deck and Nintendo Switch player. Now hooked by Balatro and working on AFK Journey.