A nostalgia está em cada canto do novo mapa de Overwatch, Blizzard World. Cada jogo da Blizzard, exceto Overwatch, tem sua própria área no parque. Diablo tem o Mercado Caldeum e o Covil do Mal, Heroes of the Storm está representado por um fliperama temático, StarCraft tem um escorregador de Verme Nydus, Hearthstone tem sua própria taverna e World of Warcraft se espalha desde uma casa de leilões até a Mina Vailafundo.
Uma voz soa grave no trailer de Blizzard World: “Onde você deu seus primeiros passos em Azeroth. Onde você enfrentou o próprio Senhor do Medo. Onde você invocou sua primeira onda de zerglings. Às vezes, lembranças épicas só podem nascer em um mundo épico. Sua aventura. Sua comunidade. Suas memórias. Veja tudo isso ganhar vida em seu mundo.”
Se a Disney World é o lugar mais feliz na Terra, o Blizzard World é o lugar mais feliz na internet. Os mínimos detalhes do mapa de Overwatch foram selecionados para criar fascinação e inspirar memórias. Ele é mais que um mapa de Overwatch; é uma fantasia para os fãs insaciáveis dos jogos da Blizzard. Agora ele é “real”.
Anunciado na convenção comemorativa anual da Blizzard, a BlizzCon, em novembro, o Blizzard World (Mundo Blizzard) só será lançado no início do ano que vem, mas ele já é jogável agora no servidor de testes de Overwatch. É quase certo que esse mapa de misturas será lançado com uma série de skins de Overwatch inspiradas por outros títulos da Blizzard. Nova Widowmaker, Orisa Imortal, Zarya Bárbara e Doomfist Mão Negra estão na lista do que virá no início de 2018. As oito novas skins com tema Blizzard não são tanto uma reverência própria aos títulos da desenvolvedora quanto são uma exposição direta dos outros personagens da Blizzard.
Se por algum tempo sua empolgação com Overwatch sumiu do nada, esses itens irão te puxar de volta. Para os nerds fanáticos pelas histórias, é a oportunidade de procurar por easter eggs e referências captadas nas atrações do Blizzard World. E para aqueles focados no jogo puro, o mapa é um monte de novas ruas para conhecer e dominar.
Veja também: Teste o novo mapa de Overwatch Blizzard World no PTR hoje (em inglês)
A entrada do Blizzard World leva direto à Taverna de Hearthstone que também serve como o ponto de partida dos jogadores. A música de Hearthstone toca ao fundo, até que você dá um passo para além das barreiras rumo à entrada de Ventobravo, de World of Warcraft. E essa música não vem do além. Ela está tocando mesmo, em alto-falantes posicionados em áreas do Blizzard World, assim como ficam na Disney World e em outros parques temáticos.
É a imersão que esses parques provocam, tanto a Disney quanto o Blizzard World, que atiçam nossa busca pela nostalgia. Ele é criado para ser exatamente o que esperamos do lugar em si. O lugar mais feliz da Terra (ou da internet) não é só coincidência. Ele foi esculpido com perfeição para ser exatamente como é.
A Disney World é, como disseram na revista de negócios Fast Company, “mágica sem forçar,” apesar do regime de trabalho questionável e o desejo capitalista que move a coisa toda. Tudo é perfeito e cada detalhe é intencional, até o cheiro que você sente quando passeia pela Main Street U.S.A. A Disney nos pega pelo olfato ao usar um dispositivo chamado “Smellitzer”, criado pela equipe criativa de resoluções de problemas da Disney chamada Imagineers, para atuar sobre a experiência. É nostalgia, experiência e até marketing.
É claro que não podemos sentir o cheiro das Asinhas da Morte na brasa (um ode ao Asa da Morte, O Destruidor) enquanto empurramos a carga rumo à barraquinha de lanches Snaxxramas (de novo, mais uma referência a World of Warcraft). A Blizzard não pode se apropriar de nosso olfato como poderia se o Blizzard World fosse um parque temático, mas é certo que ela faria isso se pudesse. Isso é imersão em seu mais alto nível, e é essa imersão que os desenvolvedores de jogos se esforçam para alcançar.
A Blizzard aumenta a sensação de nostalgia e magia para nos absorver de vez na fantasia do mapa, seja um parque aquático de StarCraft feito de poços de invocação ou uma montanha-russa temática de Diablo. Há referências para os maiores fãs da Blizzard (os fãs que manjam) espalhadas pelo parque. “Não existe fase da vaca” dizem algumas placas. Para quem ficou boiando (tipo eu antes de começar a pesquisar), a fase secreta da vaca é uma área escondida em Diablo 2, e como você deve ter pensado, é cheia de vacas.
No brinquedo da Floresta do Crepúsculo de World of Warcraft , há uma sala no final de um corredor sinalizada apenas como 131. Isso não só é um easter egg em referência ao número do primeiro endereço da Blizzard no mundo real como também é um reconhecimento ao Club 33 da Disney, que é um clube exclusivo para membros dentro da Disneyland que era marcado no começo com um 33 na porta.
Interações mágicas como essa continuam por todo o Blizzard World de Overwatch, assim como os Mickeys escondidos da Disney espalhados pelos parques da empresa. Sua experiência não será pior se você não encontrar todos, mas são pequenos sinais para quem os entende. As pessoas querem encontrar mais, e então elas voltam.
Cada nova adição em Overwatch, cada mapa, cada herói novo, cada parte que expande a história por trás do jogo, é uma peça na missão da Blizzard de nos manter jogando Overwatch. Cada referência à imersão ou alusão aos títulos anteriores da Blizzard no Blizzard World é uma estratégia para nos segurar lá. A intenção da desenvolvedora com certeza não é ruim. Não há dúvidas que aqueles que criaram o mais novo parque de Overwatch amam o jogo que tornaram realidade. Mas assim como a Disney, a Blizzard é uma empresa que precisa continuar ganhando dinheiro para sobreviver, e para fazer isso precisa que seus jogadores continuem a se dedicar aos seus mundos.
O Blizzard World precisa ser um lugar onde os jogadores querem estar presentes de verdade por um tempinho, ainda mais agora que Overwatch entrou em seu segundo ano de existência. Diferente da Disney, o Blizzard World não é algo que existe fora da tela, mas é isso que a Blizzard quer que desejemos (e nós já desejamos).
Published: Dec 26, 2017 04:07 pm